11ª rodada

É necessário entender que 'raça' é algo que deve estar sempre junto a qualidade, sempre ao lado um do outro. Os três principais nomes do Galo no momento estiveram em campo ontem e como titulares, como seria previsível não jogaram muito bem, sem entrosamento. Como foi de costume até o presente momento do campeonato o time começou muito mau, desorganizado, muitos chutões e pouco toque, pouca bola trabalhada, Carvalho tentou algumas jogadas mas falta de ritmo e conhecimento dos outros jogadores atrapalharam muito seu rendimento, veremos no futuro.

Tardelli que é a referência do time ficou completamente apagado, sem muito se movimentar acabou ofuscando as possibilidades do time buscar por algo, sendo que ele é a referência para fazer gols. Junto a isso tivemos Souza que ainda não demonstrou o futebol pelo qual é conhecido provavelmente pela baixa condição física, que ainda não alcançou seus 100%, ele é um jogador que pode render muito mais, mas é preciso melhorar seu condicionamento para acabar não atrapalhando o time, colocar ele de titular ainda não é viável.

Os laterais continuam a desejar, continuam ainda a ser um problema que atormenta ainda mais sabendo que na esquerda já foram testadas três opções e nenhum dos três chegou no desejado, na direita Macedo sequer conseguiu mostrar que é jogador de futebol, é dura criticar assim, ainda mais quando sabe-se da qualidade do jogador, porém Macedo erra passes infantis, não consegue acertar a maioria de cruzamentos tentados, entrega em demasia a bola ao adversário, parece que não andam incentivando o garoto como deveriam, Rafael Cruz é opção ainda não testada em um momento que testes não são bem vindos.

Fabio Costa foi um nome a parte nesse jogo, se ele queria pagar pelo erro individual que cometeu no jogo anterior ele conseguiu, durante todo o primeiro e em momentos do segundo fez constantes defesas, muitas delas dificeis, chutes no ângulo, rasteiras, a meia altura, saindo frente-a-frente com os atacantes adversários. Ele de fato foi várias vezes 'buscar a bola' para impedir que o Avaí saisse feliz desse jogo, estava determinado e isso ajudou muito o time, pricinpalmente pelos lances que ocorreram posteriormente envolvendo Daniel Carvalho e Neto Berola.

O meio-campo ainda continua muito instável, o time começou com três zagueiros em campo com Jairo fazendo o papel de cabeça-de-área, foi um 'deus nos acuda', o ataque adversário chegava frente a defesa da forma que quisesse, as sobras sempre caiam para o Avaí e a falta de atenção reinou, principalmente durante o primeiro tempo. Na volta para a segunda etapa Neto entrou caindo pelas pontas como é sua característica, e como em todos os outros jogos atuou bem, pelo menos levando em conta a condição física dos outros, ele deveria ser titular, joga bem e esta preparado, com isso Werley foi sacado e Jairo recuou para sua posição original, nesse momento veio sua redenção e sem mais foi o melhor jogador em campo.

Carvalho foi expulso de uma forma que muito pouco se vê, o juiz cumpriu a regra quando o lance foi contra o Galo. Com dez em campo a raça do time elevou-se e o time passou repentinamente a jogar bem, com um a menos estava melhor que com onze, passou a dominar o jogo, atacar, trabalhar a bola, acertar os passes, defender melhor. Nesse momento além de Jairo estar presente em todas as jogadas da defesa o meio-campo passou a conseguir ligar as jogadas, o Avaí sentiu-se pressionado, não conseguia mais manter o ritmo e colocar o Galo na roda, Neto aproveitou e tentou fazer seu máximo, infelizmente sempre sozinho contra mais de um marcador fica difícil.

Porém num determinado lance no meio-campo, próximo a linha lateral eu vi algo que nunca tinha visto, o juiz expulsou Neto Berola pelo mesmo motivo que expulsou Daniel Carvalho, cartão vermelho direto em um lance que invariávelmente juizes aplicam no máximo amarelo, lance que ocorreu no primeiro tempo envolvendo Diego Souza, mas que o juiz não interpretou da mesma forma, e sequer deu amarelo ao jogador do Avaí, nesse momento ele não tinha cumprido a regra com a mesma interpretação ao julgar o lance perpetrado pelos jogadores atleticanos, azar o nosso não é?

Com dois a menos em campo, foi o momento de mostrar bravura, ali o que iria valer era a raça, que foi demonstrada infelizmente apenas no momento que o time se encontrou com menos dois em campo, aquela vontade não estava presente quando todos estavam em campo, antes tarde do que nunca. Desse momento em diante Cáceres, Jairo Campos e Fabio Costa mostraram que queriam de fato não sofrer gols e muito menos perder. Foi digno de palmas para os três a exibição apresentada nesses momentos eletrizantes que percorreram, João Pedro tentou ainda levar o time ao ataque, bem provável que para desafogar a defesa.

Nesse momento acredito que muita gente e nisso se inclui Luxa, deram graças por ter saído Werley para entrar Neto, talvez o time não teria tido a mesma sorte com este em campo já que possui muito menos recurso que Jairo e Cáceres. No encerrar do jogo o alívio e a tristeza que me veio com o juiz, o coitado fez tanto esforço para que o Avaí saísse de lá vitorioso e não conseguiu que deu até pena dele, quem sabe se houver uma próxima chance ele seja mais feliz, sorte para ele.