Era o momento de maior tensão até então, o Galo entrou em campo no Horto com a dura missão de inverter uma vantagem, ou na pior das hipóteses, igualar os resultados e levar a decisão para os pênaltis, mas as surpresas da noite são sempre muitas, principalmente quando se trata de Clube Atlético Mineiro.
O Galo tinha duas tarefas muito complicadas pela frente nessa noite de quarta-feira, uma era inverter ou igualar o resultado do jogo, o outro era destruir a desconfiança que se gerou com os últimos jogos do Galo, a ponta de esperança foi o bom futebol apresentando contra o Criciúma, mesmo não sendo o time títular completo, a Massa, sempre leal, fez sua parte desde o início do jogo, a festa nas ruas, a festa no estádio, sem tumulto, sem baderna, só Galo e felicidade, em campo, o jogo começa e quem é Galo sabe, coração pulsa feito rabisco de um sujeito com ataque epilético, não há como resistir, o Galo é muita paixão. E a pressão foi grande desde o início e jogando o futebol que sabe, era sabido que o Newell's não iria durar muito, e foi com dois minutos e 47 segundos de jogo que os argentinos sentiram que a coisa ficaria feia para eles, bonita para nós, depois de uma sequência o Galo rouba a bola, a bola passa pelo pé de Ronaldinho Gaúcho que com tempo para pensar graças a movimentação do time, coloca a bola à frente de Bernard, que dessa vez não errou e enfiou entre as pernas do goleiro Guzmán, já era 1/2 para os pênaltis, 1/3 para a classificação direta. O Galo não parou com isso, a pressão continuou, acuado e temeroso pelo gol sofrido, o adversário não conseguia achar uma forma de sair para o jogo, até pelo fato da partida que fez Josué, quem foi senhor absoluto no meio-campo atleticano, fechou todos os espaços e estava em todos os lances, quase não houve lance de ataque dos argentinos em que Josué não estava ali no mínimo cercando, aparecendo na telinha ou estando no campo de visão dos que estavam presente no estádio, não tenho dúvida de dizer, que com a bola rolando, foi sem dúvida alguma o jogador mais importante do time atleticano nesse confronto no segundo jogo da semi-final da Libertadores, e não pelo fato do Newell's Old Boys ter mantido o controle do jogo, mas pelo fato que Josué foi o principal responsável pelo visitante não ter tido sequência em suas jogadas, pegavam a bola e logo perdiam, o Galo não os deixava jogar, enquanto isso Tardelli e Bernard iam infernizando a vida dos defensores argentinos, Josué destruindo no meio-campo, Richarlyson fechando a esquerda, e o goleiro do Newell's fazendo milagre após milagre, mesmo após a dura trombada com Tardelli, na qual ele foi atingido na cabeça e se machucou muito, bem preocupante, e mesmo assim ficou em campo no sacrifício, ó Newell's só chegou a meta atleticana 2 vezes no primeiro tempo, a primeira delas foi aos 25 minutos, com isso dá para se notar o massacre que foi todo o primeiro tempo de jogo.
Na volta para a etapa complementar, a expectativa era grande, mas não foi o que aconteceu, o Galo foi um pouco mais lento, talvez cansado pela velocidade imposta no primeiro tempo, o Galo não trocava passes como havia feito durante toda a primeira etapa, o Galo não conseguia mais envolver o adversário e o jogo se tornou franco, o Newell's conseguia tantas chances quanto o Galo e a coisa foi ficando preocupante, Tardelli e Bernard já não rendiam tanto pela postura do time argentino, que mantinha os onze jogadores atrás da linha da bola e usava seus jogadores para sair em velocidade toda vez que o Galo tentava ir ao ataque, foi nesse período de 20 minutos que o Newell's Old Boys conseguiu sua melhor chance durante todo o jogo, quando pela segunda vez, o Galo havia cometido o mesmo erro, subiu ao ataque, desfez o posicionamento nas pontas e a bola cai na esquerda, nas costas dos zagueiros atleticanos, e trombaram na hora de finalizar, deixando a bola fácil nas mãos de Victor, poderia ter sido o gol da tragédia atleticana, um time que apresentou na temporada um futebol sensacional, cair de tal forma nas semi-finais. Pouco tempo depois houve a segunda parada no jogo, já havia ocorrido no primeiro tempo por dois incidentes com o zagueiro Heinze, no segundo tempo o desligamento de alguns refletores, a questão que fica é, foi proposital ou um mero acidente, não mais importa. O jogo ficou 10 minutos parado e na volta, o Galo era outro time, voltou a dominar a partida, Luan já estava em campo, Cuca coloca então Guilherme e Alecsandro no lugar de Bernard e Tardelli, o motivo era óbvio, ele queria mais toque de bola e presença na área, o time argentino estava em total retranca, não iria sair dali por nada que não fosse um erro do Atlético, a posse de bola era importante, dessa vez Cuca viu e enxergou além, Guilherme tem uma boa chance pouco após sua entrada, com Alecsandro e Jô mais próximos a área, o Newell's é todo defesa, o Atlético é todo ataque, o jogador mais defensivo do Galo estava na intermediária de ataque, o jogo se aproximava do fim até que num lance a bola sai numa "rifada" da área, volta aos pés de Luan que manda para a área novamente, a bola é "rifada" novamente por Matheo o faz mal e a coloca nos pés de Guilherme, sempre tão questionado, acerta um chute sensacional, o goleiro tenta mas não consegue dessa vez, dois a zero e o jogo se encaminhava para os pênaltis, mas segundos antes do fim a pressão continuava, o Galo não queria penalidades, Ronaldinho pega a bola na área, chuta, e de forma incrível o defensor do time adversário se joga na frente a bola desvia e mesmo assim quase a bola entra, após isso veio a cobrança de penais. Coração acelerado, não poderia ser diferente, afinal estamos falando de Atlético, é emoção, drama, dificuldade, é árbitro como esse uruguaio que não marcou dois pênaltis claros a favor do Galo, mas o Galo começaria a cobrança, Alecsandro acerta, o Newell's acerta, Guilherme quase mata o atleticano do coração, a bola vai no ângulo, até se vê a coruja caindo, o Newell's, acerta, vem Jô e erra, drama, o Newell's chuta na trave, Richarlyson por destino, acertou todas as cobranças no dia anterior enquanto treinava, jogou muito bem esse jogo, isolou, o Newell's isolou, Ronaldiho com categoria guarda, e o drama atleticano se repete, Victor cresce e só no psicológico leva Maxi Rodríguez, defende, o Galo esta na final da Libertadores da América, e quem assistiu ao jogo e não morreu, não precisa de cardiologista tão cedo, seu coração está bem camarada.
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